“Recordo-vos que os sensores da pele nos permitem sentir o calor e o frio, a pressão exercida ou recebida, os movimentos de deslocação. A qualidade do tocar o corpo de outrem, quer no simples aperto social de mãos quer na caminhada para a intimidade da sexualidade amorosa, como a da conjugalidade, é reveladora da natureza da qualidade inter-relacional. Não imaginamos o que seria ficarmos incapacitados desta possibilidade de expressão do «corpo da alma».
Um casal que não se toca é um casal afectivamente morto: o seu harmónio emocional paralisou, na distância de uma abertura sem música.
Mas há tocar e tocar. Também se «toca» o corpo desta palavra. Há uma vibração amorosa que, mesmo na distância física, que as circunstâncias podem impor ao casal, faz com que a palavra se torne linguagem do corpo da alma.
(…) É o contacto com o outro o que mais lhe falta; um «tocar», em que vibramos graças ao uníssono dos sensores da pele, com os delicadíssimos sensores do «Corpo da Alma», que nos fazem viver o belo, o bom e os dons «intocáveis» fisicamente, que nos abrem a «essenciais invisíveis» ao olhar (Saint-Éxupéry)”.
F. Pina Prata, Terapia Sistémica de Casal. Respigando Ideias e Experiências.
Comments